segunda-feira, 18 de outubro de 2021

PAI - A NOSSA FILIAÇÃO EM DEU (Mateus 6.9)

Pr Rovanildo

Logo no inicio da oração, o Senhor Jesus nos ensina como devemos nos dirigir a Deus, o Chamando de Pai, ou seja, é assim que o próprio Deus deseja que nos relacionemos com Ele, especialmente em oração Para entendermos a sublimidade dessa relação precisamos entender a diferenças entre a forma que o antigo testamento fala de Deus como pai, a diferença entre a filiação de Jesus e a nossa e, finalmente, quais são as bençãos e resultados práticos da nossa filiação divina;

 


1. DEUS COMO PAI NO ANTIGO TESTAMENTO


A palavra pai, do hebraico āb, aparece  1191 vezes no Antigo Testamento, destas apenas 8 (ou 15) vezes referindo-se ao Senhor Deus, mas, aparentemente, em nenhuma delas em sentido específico de numa relação pessoal singular, familiar. Deus não é pai de uma pessoa no Antigo testamento, a paternidade é usada para Ele, em sentido mais genérico.

1.     Em Deuteronômio 32. 6, a paternidade tem relação com criação, Deus é pai porque criou o povo de Israel (É assim que retribuem ao Senhor, povo insensato e ignorante? Não é ele o Pai de vocês, o seu Criador, que os fez e os formou?)]

2.     No Salmo 68. 5 Deus é pai, dos necessitados, ou seja o que os socorre ( Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em sua santa habitação.)

3.     Em Isaías 63:16 o pai é o redentor, aquele que liberta (Entretanto, tu és o nosso Pai. Abraão não nos conhece e Israel nos ignora; tu, Senhor, és o nosso Pai, e desde a antiguidade te chamas nosso Redentor.)

4.     Em Isaías 64:8, O povo apela ao perdão de do Senhor, mas relação é entre o barro e o oleiro, trazendo a ideia de um trabalho artístico, cuidadoso, Ou seja, apelando ao artista que tem amor pela sua obra(Contudo, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos.)

5.     Em Jeremias 3:4 Deus reclama de uma oração vazia do povo, quando o povo está em rebeldia e idolatria, mas chama o Senhor de pai e amigo de infância (Você não acabou de me chamar: ‘Meu pai, amigo da minha juventude), isso diz respeito à libertação do povo quando eram escravos no Egito, é nesse sentido libertador que o Senhor é chamado de pai, nessa oração vazia. O amigo parece dizer da companhia de Deus durante a caminhada no deserto.

6.     Também em Jeremias 31:9 a paternidades diz respeito à restauração (Voltarão com choro, mas eu os conduzirei em consolações. Eu os conduzirei às correntes de água por um caminho plano, onde não tropeçarão, porque sou pai para Israel e Efraim é o meu filho mais velho), nesse caso, à volta do cativeiro.

7.     Oseias 11. 1 a palavra pai não aparece, mas O Senhor chama seu povo de filho ("Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho.), a ênfase aqui é a mesma de Jeremias 3. 4, Deus como libertador.

8.     Talvez o que tenhamos mais próximo de uma relação filial/pessoal no antigo testamento está em Salmo 2. 7:  Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Quando o Senhor declara o estabelecimento do trono de David, através do seu filho, Salomão. A passagem se reveste de especial importância porque mostra Salomão como um tipo de Jesus. A mesma passagem é usada no novo testamento para se referir a Jesus como filho de Deus em Atos 13:33, Hebreus 1:5 e Hebreus 5:5.

 

2. A FILIAÇÃO DIVINA DE JESUS

A filiação de Jesus é distinta da nossa, Nosso Senhor é filho de Deus por geração eterna (E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miquéias 5:2), por isso no credo Niceno-Constantinopolitano se afirma: Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Jesus fez questão de enfatizar isso, por exemplo, conforme registrado em João 20:17 Jesus disse: "Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês". Clarificando essa diferença. Mesmo no texto que lemos inicialmente, quando o Senhor diz Pai Nosso, Ele está colocando palavras na boca dos discípulos, eles devem dizer: Pai nosso. Jesus não se inclui nessa oração como filho de Deus. Mesmo nas duas vezes que o Senhor é chamado de nosso irmão em Hebreus 2. 12 – 14, sua irmandade é sob a condição humana, e não sob a filiação divina, ou seja, Jesus é nosso irmão porque assim como nascemos de um homem, descendente de Adão, Jesus também teve parte na mesma humanidade (12 .Ele diz: "Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembléia te louvarei". 13 .E também: "Nele porei a minha confiança". Novamente ele diz: "Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu". 14. Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo)

Jesus é Filho de Deus em essência. Ele é igual ao Pai, por isso disse em João 12. 45 Quem me vê, vê aquele que me enviou. Confirmando o que já fora dito em João 1:18 Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.

 No mesmo evangelho de João Nosso Senhor declarou sua unidade com o Pai (Eu e o Pai somos um". João 10:30). Nesse mesmo episódio, os jJudeus entenderam que ao se dizer um com o Pai, Jesus estava afirmando ser Deus, por isso quiseram apedrejá-lo (31. Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo,32. mas Jesus lhes disse: "Eu lhes mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar? "33. Responderam os judeus: "Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque você é um simples homem e se apresenta como Deus".)

Embora o Pai e o Filho sejam pessoas diferentes, eles são uma unidade quando diz respeito a divindade. Sendo o Senhor Jesus filho de Deus, nesse sentido Espiritual, então Ele é Deus, por isso chamamos a trindade, também, de triunidade. Três pessoas distintas, Pai, Filho e Esprito Santo, cada uma sendo 100% Deus, são, ao mesmo tempo, um só Deus. Nas 165 vezes que Jesus chama Deus de Pai, sendo 65 nos evangélhos sinóticos e 100  em João, é nesse sentido especial, divino, que Ele O chama).

Dentre essas 165 vezes que o Senhor Jesus chama Deus de pai, uma merece um destaque nessa mensagem. Quando estava no Getsemani, diante do pavor da cruenta morte de cuz, especialmente, antevendo receber sobre seu corpo os pecados do eleitos de Deus, Jesus fica em estado de enorme agonia e clama: Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres". (Marcos 14:36). Jesus e os judeus de sua época falavam aramaico, por isso Ele cita, nessa oração, a palavra abá, essa expressão infantil, traduzida como pai, parece que foi observando as recém nascidos na fase da lalação balbuciando abá (como percebemos nossos filhos dizendo papá) e passaram a usar esse termo na relação filial carinhosa e confiante  do filho para com pai. Jesus falou com o seu papai, das seus medos, Ele confiava no Pai, mas, também, como filho obediente, se dobrou ante a vontade do seu papai, sabendo que Ele tinha o melhor.

 

2. A FILIAÇÃO DIVINA  DO CRENTE

Nossa filiação, como dito acima, é diferente daquela especial, de Jesus. Nós somos filhos de Deus por adoção.

Esse é um ensino bíblico muito precioso para nós. Ele nos dá maior aproximação com Deus do que a justificação. Nós éramos inimigos de Deus e filhos da ira, como o são todos que não conheceram eterna e irresistível graça (Colossenses 1:21 Antes vocês estavam separados de Deus e, em suas mentes, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês; Efésios 2:3b e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também). Quando fomos justificado pela fé, recebemos a justiça de Jesus, e passamos, tivemos nossa culpa cancelada e passamos  a ter paz com Deus (Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, Romanos 5:1). É por causa da justificação que não somos mais condenados eternamente, nem somos mais separados de Deus. É possível porém, que alguém seja perdoado por outro, deixe ser inimigo e aborrecido pelo outro, mas não tenha intima comunhão com ele. Pois bem, a Adoção nos leva a uma relação de intimidade com o Pai, por ela avançamos um estágio, além de salvos, somos filhos de Deus.

Que grande privilégio, somos filhos de Deus, não naquele sentido genérico, comum no antigo testamento, mas em sentido pessoal e familiar. Deus é o nosso pai. Em essência, apenas Jesus é filho de Deus, por isso é chamado de unigênito em João 3. 16, mas pela graça salvadora todo que é salvo passa a ser filho do Senhor.

Essa adoção e resultado do amor de Deus, como dito em (1 João 3:1  Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu) e efetuada em nós pelo Espirito Santo. (Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai". Romanos 8:15, E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai". Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro.  Gálatas 4:6,7). Aleluia! você não é mais escravo  do Diabo nem do pecado, você é filhos de Deus. Que maravilha, também podemos chama ao Senhor de Abá Pai, podemos ter intimidade com Ele, como um filho tem em amor e confiança no seu pai.

A paternidade de Deus não é apenas um ensino, mas ela se desdobra e mostra, na prática a relação de amor e carinho de Deus para conosco. A Bíblia mostra que, como pai, o Senhor cuida de nós com:

Gentileza e compaixão: Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem. (Salmo 103.13)

Sabedoria e instrução: Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos, e obterão discernimento. O ensino que lhes ofereço é bom; por isso não abandonem a minha instrução. (Provérbios 4.1,2)

Disciplina: Pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem. (Provérbios 3.12)

Amor Respondeu Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele.” (João 14.23)

Pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus. (João 16.27)

Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! (1 João 3.1)

Exortação e Encorajamento Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que crêem. Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória. (1 Tessalonicenses 2.10-12)

Proteção: O Senhor protege o estrangeiro e sustém o órfão e a viúva, mas frustra o propósito dos ímpios. (Salmo 146.9)

Provisão:  Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! (Mateus 7.7-11)Digite aqui o resto do post

2 comentários:

Unknown disse...

Glória Deus, que palavra abençoada.

Matheus Silva disse...

Exaltado seja sempre o Senhor Jesus!

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