segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O SILÊNCIO DA VIDA E DA MORTE



Era uma segunda-feira quando, por volta da meia noite, minha esposa me acordou! Estava aflita: - Meu amor, estou sangrando muito!

Aqui onde moramos, não há clínicas, ou médicos de plantão, há dias que num deles há. A noite foi longa e ao primeiro raio de sol levantamos e seguimos para a cidade vizinha a fim de procurarmos médico.

Gentilmente o médico fez a consulta e do ultra som veio a trágica notícia: - O coração não está batendo e quando isso acontece você já sabe não é? Nosso primeiro filho morreu antes de nascer.

Estranha a frase “morreu antes de nascer”, já que a vida é pensada muitas vezes como algo que começa no nascimento e finda na morte; mas meu filho já tinha vida antes de nascer e continua vivo, pois continua existindo em espírito.

Hoje, vendo e lendo algo sobre algumas reivindicações concernentes à luta pelo direito ao aborto legal, lembrei do meu filho, aquele que não pude tomar nos meus braços. Vi de emissoras de televisão empenhadas por defenderem a causa da legalização do aborto, li de grupos organizados que enviam seus manifestos à parlamentares, legisladores do nosso país, afim de expor seus argumentos, sua defesa; de fazer ouvir sua voz, mas o nosso bebê não pode pedir socorro, tinha vida, mas não tinha voz.

Eis o problema: A luta é desigual, os não nascidos não fazem passeatas, não se organizam em grupos. Imagine uma carta de um não nascido há um parlamentar:

Sua “Excelência” parlamentar defensor da legalização do aborto”: Em seguida uma folha em branco sem argumento, sem reivindicações, sem assinatura. Fria como o coração de quem pratica o aborto ou defende tal causa, de quem no seu egoísmo pensa em si, de quem esquece que haveria um futuro, uma história, talvez uma nova família a partir daquele que foi impedido de nascer, ora quem aborta muda o curso da história causa uma lacuna no curso do rio.

Minha esposa está grávida novamente. Tem uma luz linda nos seus lindos olhos e no seu belo rosto, a expectativa é pela primeira mexida do bebê; será homem e levará o nome Arthur Emanuel. O médico dessa vez prescreveu cuidados absolutos: nada de esforços físico, nada de ficar subindo e descendo as escadas, uma quantidade de medicamentos etc Mas como há uma vida no seu ventre, uma história, sonhos, realizações, frustrações até então faremos tudo pra ele ver essa mesma luz que vemos, sentir esse mesmo aroma que sentimos.

E pensar que tem gente que se esforça pra matar pequenas vidas e gente que quer transformar em lei o direito a esse crime. Quero ser voz dos que não nasceram, até dos que ainda não foram concebidos mas já correm o risco, eu que falo e penso, quero convocar a muitos a falarem junto comigo, a ecoarem por aí pela vida, e quero lembrar aos legisladores o que Deus diz nas sagradas escrituras a respeito de uma lei como essa:

AI dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão. (livro do profeta Isaias Capítulo 10 versículo 1º).

Pr Rovanildo Vieira Soares

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