domingo, 5 de junho de 2011

OS ALTARES DE ABRÃO, OS NOSSOS ALTARES


Texto:
Gênesis 12: 1 – 7; 3: 14 – 18; 22 : 7 – 14

INTRODUÇÃO:

O vocábulo bíblico  altar é oriundo do termo hebraico mizbeah, lugar do sacrifício. Os altares  eram  edificações em forma de mesa, onde se apresentavam holocausto a alguma divindade,  isso funcionava como um ponto de encontro, contato, entre a pessoa e seu deus, geralmente para invocar essa divindade firmando com ela pacto ou agradecendo pela consecução de bênçãos oriundas de pactos feitos. O povo do único e verdadeiro Deus, desde Abel, passando pelos patriarcas, até a nação Israelita, tinha por costume oferecer holocaustos sobre altares; antes de existir a nação israelita, os servos do SENHOR ofereciam seus sacrifícios particularmente, em holocausto construído por eles mesmos, com a fundação na nação e a instituição de um lugar centralizado de culto, o altar passou a ser também centralizado, primeiro no tabernáculo e depois no templo de Jerusalém. A igreja cristã não precisa mais de sacrifícios posto que um único, eficaz e eterno, o de Jesus, foi oferecido a Deus no altar do calvário, a cruz (Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Hebreus 10:12). Embora não seja mais necessário, pelo contrário até errado apresentar sacrifícios, construir altares físicos, o exemplo dos que faziam o sacrifício é didático e devocional para nós, deles podemos aprender muito sobre renuncia, concerto, devoção e muito mais. Os textos em tela, que falam de Abrão, aquele que tornou-se Abraão, pai de numerosa multidão, o pai da fé de todos os que crêem em Jesus, são exemplo disso, deles podemos saber que  os altares de pedra de Abrão podem ser altares de fé para o nosso coração e vida. Abrão construiu quatro altares, cada um com um fim específico:


1º ALTAR: Chamada e promessa 12: 7
E apareceu-o SENHOR -a Abrão, e disse: Å tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera

Um Deus desconhecido chamou a Abrão, lhe fez uma promessa de lhe dá uma descendência, e certa terra como possessão, então esse homem deixa sua terra, sua parentela, e parte sem saber onde, exatamente, era essa terra, sua única bússola e mapa eram sua fé nesse Deus (Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo. Hebreus 11:8). Essa chamada parece ser absurda, ilógica, e Abrão pode ser classificado por qualquer um como um louco por ter aceitado a proposta. Quando finalmente chegou nessa terra prometida, mesmo antes de tê-la como possessão, ele ergueu um altar e adorou ao Senhor.

O chamado do Senhor sempre é, aparentemente, loucura. Para segui-lO Jesus disse ser preciso renunciar o próprio Eu, que absurdo (Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Mateus 16:24). Paulo, que recebeu esse estranho chamado de maneira muito estranha disse: Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. (Gálatas 2:20). No altar do chamado para a salvação se sacrifica o Eu para seguir o Salvador, que se sacrifica nesse altar deixa de ser e deixa Ele ser.

O chamado ministerial é, igualmente, inexplicável, aliás, achar-se convocado por um ente invisível para ser dEle e trabalhar para Ele, por si só já cheira a fanatismo; quem se reconhece chamado deve está pronto para os conflitos interiores e exteriores decorrentes dessa ilogicidade.

Certa vez fui entrevistado por uma jovem espanhola que fazia sua dissertação para doutorado. Um trecho da conversa exemplifica esse espanto, do qual falo.
- Você acha que é melhor que seus irmãos da igreja?
- Não, sou igual a eles.
- Então porque você fica a frente e fala daquela tribuna?
- Porque fui chamado por Deus para o ministério.
(ela arregalou os olhos e perguntou)
- Você afirma que foi chamado pelo seu Deus para ser pastor?
- Sim
- Como você pode me provar que recebeu esse chamado?
- Bem, eu não posso te provar, nem explicar, é algo íntimo, mas tenho certeza que é verdadeiro.

Além de aparentemente ilógico, o chamado ministerial (e aqui chamo de ministério as funções exercidas na casa e na causa do Senhor, não somente o pastorado, qualquer delas) pode parecer doloroso, requer renuncia, presteza, qualidade. ("Maldito o que faz com negligência o trabalho do SenhorJeremias 48:10a)

Contudo o chamado de Deus é sempre acompanhado de belas promessas (Então Pedro começou a dizer-lhe: "Nós deixamos tudo para seguir-te". Respondeu Jesus: "Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais já no tempo presente casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna. Marcos 10: 28 - 30). Portanto, vale a pena ir ao altar do chamado renunciando, para receber a promessa e nesse mesmo altar adorar ao que chama.

2º ALTAR: Invocação 12: 8
E moveu-se dali para a montanha do lado oriental de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR, e invocou o nome do SENHOR.

Para servir e seguir a Deus, bem como para seguir com Ele, é necessário invocá-lO; o chamado acontece uma vez, no início da caminhada, a partir daí firma-se uma parceria entre um Senhor, Deus, e um servo, o homem, com o passar do tempo  essa relação extrapola para amizade, Abraão entendeu isso e continuou buscando, invocando ao Deus que lhe aparecera, e daí foi chamado de seu amigo (Cumpriu-se assim a Escritura que diz: "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça", e ele foi chamado amigo de Deus. Tiago 2:23).

Curiosamente Abraão arma sua tenda e seu altar junto a Betel (casa de Deus), onde seu neto, Jacó, receberia revelações via sonhos, da parte do Senhor que seria o continuador da família eleita. O relacionamento com Deus é maravilhoso, invocamos à Ele e somos correspondido (Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece’. Jeremias 33:3)

O altar da invocação é relacionamento, é busca por aquEle, que mesmo sendo grandioso se deixa conhecer, se faz amigo dos que o buscam.


3º ALTAR: Santificação e paz 13: 14 – 17  
14 E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; 15 Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre. 16 E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada. 17 Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. 18 E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR.

Deus se revelou a Abrão lhe fez promessas, o tirou da terra em que vivia, e com ele firmou relacionamento, Abraão caminhava com Deus e com ele ia seu sobrinho Ló, uma referencia familiar, ambos estavam ricos, sendo que o produto de suas riquezas era ovelhas e gado, portanto os rebanhos eram grandes. Por causa das necessidades do rebanho houve briga entre os pastores de Ló e os de Abrão, a paz fora embora, uma decisão drástica precisava ser tomada, os familiares precisavam se apartar. A iniciativa parte do mais velho, do tio, que dá a Ló a escolha de lugar e ele o faz, separados Deus aparece mais uma vez a Abrão e renova sua aliança com seu servo; a paz voltou, o servo do Altíssimo mais uma vez edifica um altar, o altar de renuncia da presença do seu familiar, altar da paz advinda da dolorosa renuncia.

A relação da santificação com a renuncia e a paz é tão estranha quanto real. Para alcançarmos a paz é preciso que deixemos sobre o altar da renuncia pessoas, sentimentos, egos, manias e tantos outros que as vezes nos são tão queridos, mas atrapalham nossa comunhão com o Senhor. Nos momentos de batalha, quando aquilo a ser renunciado parece ser tão caro, é bom ouvir o apóstolo Paulo que passou pelo mesmo altar, ele disse em Filipenses 3 : 7, 8 Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo. A renuncia pode ser dolorosa, mas o que ganhamos por causa dela é altamente recompensador, a paz com Deus, a paz de Deus, a sublimidade de Cristo.


4º ALTAR: Provação e salvação 22: 9 - 14
9 E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. 10 E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; 11 Mas o anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 12 Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho. 13 Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. 14 E chamou Abraão o nome daquele lugar: O SENHOR PROVERA; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.

O construtor de altares já estava velho, já lutara muito, viu todas as promessas de Deus se cumprindo, conhecia bem de perto o caráter de seu amigo e Senhor, via seu filho Isaque, um adolescente crescendo a cada dia, podia agora descansar. Der repente uma prova, mais uma, um altar ainda precisava ser construído, sempre é tempo de construir altares, sempre é tempo para demonstração de obediência. A prova final era a mais difícil, o velho Abrão foi acostumado a construir altares e sacrificar animais, mas agora o sacrifício era outro Deus pediu o seu próprio filho, Isaque, em holocausto.

A prontidão do amigo de Deus em atender sua determinação se mostra assustadora, ele mesmo com todo o pesar, leva seu filho para o sacrifício; o autor da carta aos Hebreus mostra porque não houve vacilo de Abrão (Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito, Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; Hebreus 11:17, 18). O texto tem uma precisão cirúrgica quando mostra o porque da prontidão daquele pai: o velho Abraão conhecia o caráter de Deus, sabia do cumprimento das promessas através de Isaque, sendo assim confiava que traria seu filho vivo de volta para casa. Quem conhece o caráter de Deus enfrenta qualquer prova com ele, mesmo as fornalhas de fogo ou as covas de leões.

De fato o Senhor não permitiu que Isaque morresse naquele altar, mas providenciou um cordeiro para sacrifício, para substituir o querido filho do pai da fé, contudo, Deus recebeu aquele ato como sacrifício de fato. Isso nos fala da maravilhosa salvação espiritual e eterna, para que ela acontecesse o Pai celestial nos enviou o seu filho unigênito para morrer em nosso lugar como cordeiro, e todo que crê nele, até hoje, será contado na descendência de Abraão o pai da fé.

CONCLUSÃO
Que construamos mais altares, não de pedras, mas com o coração e pelo Espírito; que adoremos mais, renunciemos mais, sejamos mais fieis e responsáveis na administração do chamado feito um dia por Ele a nós, mas, sobretudo, que passemos pelo último altar de Abrão, aquele que tipificou o definitivo sacrifício, a cruz, onde Jesus a mando do pai, mas também por sua própria vontade, nos amou morreu por nós, para tomar o nosso lugar e nos salvar da ira eterna.


3 comentários:

Anônimo disse...

FAÇA UM PEDIDO ANTES DE LER

Anônimo disse...

FAÇA UM PEDIDO ANTES DE LER:
QUE HOJE HAJA PAZ DENTRO DE MIM ,QUE EU POSSA CONFIAR NO PODER MAIS ALTO QUE É DEUS.
POIS ESTOU EXATAMENTE AONDE DEVO ESTAR.
QUE SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS.
NOSSO PAI,QUE EU NÃO ESQUEÇA AS POSSIBILIDADES INFINITAS QUE NASCEM DA FÉ.QUE EU POSSA USAR ESTAS BÊNÇÃOS QUE SÃO DADAS ,QUE EU POSSA ME SENTIR SATISFEITO SABENDO QUE SOU FILHA DE DEUS E PERMITA -ME SENHOR QUE SUA PRESENÇA SE ESTABELEÇA EM MEUS GESTOS DE FÉ A MINHA ALMA A LIBERDAE PARA CANTAR E DANÇAR E SE AQUEÇAM NA LUZ QUE ESTA AQUI PARA TODOS NÓS.
AMÉM .ENVIE PARA SETE ALTARES E VEJA O ACONTECERÁ EM 1 HS.

Unknown disse...

Faço um pedido.
Eu quero essa mesma fé de Abraão, e a mesma comunhão que Abraão tinha com Deus.
Quero a mesma perseverança de caminhar pela fé sem saber pra onde está indo.
Quero essa mesma fé de ser totalmente dependente de Deus, assim como foi Abraão.

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